O dia em que a amizade foi a falência

Eu acredito nas relações. Eu sempre levo as relações a sério, mas tenho que admitir: as relações estão falidas. Quando uso a palavra 'relações' (já é a quarta vez que uso o termo desde que o texto começou) quero dizer tanto amizades quanto amor, mas este último é mais complexo de se falar a respeito, então vamos deixar para um outro momento.

Quantas vezes por dia você usa a palavra 'amigo' para se referir a alguém que você conhece? Agora, em quantos desses 'amigos' você acha que pode realmente confiar? Colocaria a mão no fogo por todos? Abriria seu coração para todos? Daria a vida por cada um deles?

Me chame de extremista, mas eu daria a vida por um amigo meu. Tenho muitos? Não, pelo contrário, são poucos e nem mantenho contato diário com eles (alguns não encontro há quase cinco anos). O restante? São meus colegas. Pessoas camaradas, pelas quais tenho simpatia e ajudo a todo e qualquer momento, o que não quer dizer que eu iria a extremos pelos próprios.

Me chame também de solitário, eu não ligo, mas garanto que passo menos nervoso que outras pessoas que chamam de amigas aqueles que acabaram de conhecer em uma fila de balada ou na cadeira ao lado na faculdade.

Perdi as contas de quantos conhecidos se sentiram traídos por quem considerava amigos. Posso quebrar a cara um dia? Claro que posso, todo mundo pode.

Me chame até de convencido, mas se você eleva seus padrões e para de forçar as amizades, os riscos se tornam menores e a palavra 'amizade' volta a significar algo.

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Luiz 'LG' Guilherme Rodrigues nasceu em Santos no fim do inverno de 1990. Criado na Zona Noroeste, ele passou incontáveis anos na periferia onde seus videogames eram sua janela para o mundo. Hoje jornalista no G1, portal de notícias da Globo, ele só quer contar histórias e tentar escrever uma ainda melhor para sua própria vida. E claro, é parça da Kucha.