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Recentemente numa conversa com um "parente", tentei explicar – da melhor maneira possível - que ele estava sendo homofóbico. Na verdade, tentei confrontá-lo com uma única pergunta (a qual ficou sem resposta): - Por que você esta usando o termo homossexual de forma pejorativa, pra xingar alguém?
Em outra conversa perguntei a outro parente, por que que ele ressaltava as qualidades de uma mulher negra, usando a palavra "mas", "Ela é negra, mas é bonita e simpática" - ele disse, entre outras coisas as quais ele justificou dizendo que era força de expressão, que ele não quis dizer aquilo, que agora o mundo está chato porque precisa ficar medindo as palavras.
Empatia, cadê você ao meu redor? As pessoas hoje em dia estão cada vez mais egoístas, pensam mais sobre "medir suas palavras" do que em como as pessoas vitimas de preconceito se sentem ao ouvir certas coisas.
Voltemos à nossa infância, onde nossos pais, parentes, professores e absolutamente todos que eram adultos enquanto nós éramos crianças diziam a seguinte frase batida: É preciso pensar duas vezes antes de falar para não magoar alguém. Afinal, não vamos confundir sinceridade com falta de respeito.
Mas espera, estas pessoas que diziam isso eram brancas, heterossexuais, beneficiadas pelas leis que elas mesmas criaram? Sim, na maioria das vezes sim. Então, se alguém que você conhece já disse que você precisa pensar antes de falar, e hoje repete o discurso de que o mundo está muito chato é melhor você tentar mostrar a ela essa hipocrisia, e o papel feio que está fazendo.
O fato é que não vamos conseguir explicar todas essas coisas se eles não estiverem dispostos a aprender, procurar saber e estudar. Mas principalmente, se eles não exercitarem a empatia, nunca vão entender e vão continuar repetindo que o mundo está chato. E não, agora o mundo está muito melhor com a representatividade crescendo.
Agora temos pessoas se afirmando, representando coletivos em busca de respeito e outros direitos. Na verdade a diversidade sempre existiu e nunca foi respeitada, é por isso que talvez alguém se sinta no direito de fazer um comentário racista e nem perceba o que fez, porque o preconceito é comum para ela, está enraizado, passa naturalmente.
Passava.
Hoje você precisa sim prestar atenção ao que fala, ver se há necessidade de algum comentário, mas principalmente colocar em prática o conselho "pense duas vezes antes de falar" porque isso não funciona apenas dentro de um grupo, e sim para todos.
E se alguma vez você já sofreu preconceito de qualquer forma, você deve saber como outras pessoas se sentem ao sofrer preconceito todos os dias. Lute por elas, lute para que elas sejam respeitadas assim como você é. Discrimine qualquer tipo de preconceito e tente abrir a mente dos preconceituosos ao seu redor. Só assim poderemos erradicar toda essa imbecilidade na qual vivemos de desrespeito mútuo.
Bom, você precisa de números alarmantes? Então minha dica é: Procure. Estude, vá atrás, quando você busca algo, a informação fica muito mais retida no seu cérebro e é assim que você aprende melhor. Mesmo porque, a esta altura pouca atenção você deve estar prestando ao texto que já está no fim, principalmente se algo dito acima lhe deixou um pouco desconfortável. Conselho? Reveja seus conceitos e acima de tudo, pense duas vezes antes de falar.
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Nyna Simões tem 28 anos é formada em Comunicação Social com Habilitação em Marketing e hoje atua como gerente de projetos numa agência de publicidade. Publicou um livro LGBT chamado “Descobertas - A culpa é sempre das outras” pela editora Hoo, em maio/2016 e está envolvida em projetos que visam a representatividade da diversidade. E claro, também é amiga da Ju! (risos).